Tributação Empresarial no Brasil: Principais Regimes e Estratégias de Economia Fiscal

8 de fev. de 2022

Sergio Azevedo Gimenes

Sergio Azevedo Gimenes

Sergio Azevedo Gimenes

Tributação Empresarial no Brasil: Principais Regimes e Estratégias de Economia Fiscal

 

 

1. Introdução

 

A tributação é um dos principais desafios enfrentados pelas empresas no Brasil, devido à alta carga tributária e à complexidade do sistema fiscal. Escolher o regime tributário adequado e adotar estratégias de economia fiscal são medidas essenciais para a sustentabilidade financeira e a competitividade das empresas.

 

Este artigo analisa os principais regimes tributários disponíveis no Brasil e apresenta estratégias lícitas para otimizar a carga tributária das empresas.

 

2. Principais Regimes Tributários no Brasil

 

O regime tributário determina a forma como uma empresa será tributada. No Brasil, existem três regimes principais: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.

 

2.1. Simples Nacional

 

Criado pela Lei Complementar nº 123/2006, o Simples Nacional é um regime simplificado voltado para micro e pequenas empresas.

            •          Quem pode optar? Empresas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões.

            •          Tributação: Unificação de diversos tributos (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IPI, ICMS, ISS) em uma única guia, o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).

            •          Alíquotas: Variam de 4% a 33%, conforme o faturamento e o setor da empresa.

 

Vantagens:

✔ Menos burocracia e carga tributária reduzida para pequenos negócios.

✔ Facilidade no pagamento de impostos.

 

Desvantagens:

✖ Empresas do setor de serviços podem ter alíquotas elevadas.

✖ Restrição a algumas atividades e dificuldades na apropriação de créditos tributários.

 

2.2. Lucro Presumido

 

Indicado para empresas com faturamento anual de até R$ 78 milhões, o Lucro Presumido calcula os tributos com base em uma margem de lucro estimada pelo governo.

            •          Tributos:

            •          IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) – 15% sobre a base presumida (acima de R$ 20.000 mensais, há adicional de 10%).

            •          CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) – 9% sobre a base presumida.

            •          PIS e COFINS – Regime cumulativo, com alíquotas de 0,65% e 3%, respectivamente.

            •          ICMS e ISS: Seguem as regras estaduais e municipais.

 

Margens de Lucro Presumido:

            •          Comércio: 8%

            •          Indústria: 8%

            •          Serviços: 32%

 

Vantagens:

✔ Cálculo simplificado, sem necessidade de apuração contábil detalhada.

✔ Pode ser vantajoso para empresas com margens de lucro reais menores que as presumidas.

 

Desvantagens:

✖ Empresas com margens de lucro altas podem pagar mais imposto do que no Lucro Real.

✖ Não permite a compensação de créditos de PIS e COFINS.

 

2.3. Lucro Real

 

Obrigatório para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões e para setores específicos (bancos, seguradoras, etc.), o Lucro Real tributa o lucro líquido efetivo da empresa.

            •          Tributos:

            •          IRPJ – 15% sobre o lucro real (com adicional de 10% para lucros acima de R$ 20.000/mês).

            •          CSLL – 9% sobre o lucro real.

            •          PIS e COFINS – Regime não cumulativo, com alíquotas de 1,65% e 7,6%, respectivamente.

            •          ICMS e ISS: Seguem as regras estaduais e municipais.

 

Vantagens:

✔ Empresas que operam com margens reduzidas podem pagar menos impostos.

✔ Permite compensação de prejuízos fiscais e créditos tributários de PIS e COFINS.

 

Desvantagens:

✖ Exige escrituração contábil rigorosa e apuração detalhada dos tributos.

✖ Maior burocracia e custos administrativos.

 

3. Estratégias de Economia Fiscal

 

Além da escolha do regime tributário adequado, as empresas podem adotar estratégias para reduzir a carga tributária de forma legal. Algumas das principais são:

 

3.1. Planejamento Tributário

 

O planejamento tributário consiste na análise e escolha da melhor forma de tributação para a empresa, considerando fatores como faturamento, margem de lucro e créditos fiscais disponíveis.

 

Exemplo: Empresas que prestam serviços com baixa margem de lucro podem considerar o Lucro Real em vez do Lucro Presumido.

 

3.2. Aproveitamento de Incentivos Fiscais

 

O Brasil oferece diversos incentivos fiscais federais, estaduais e municipais para estimular determinados setores e regiões. Exemplos:

            •          Lei do Bem (Lei nº 11.196/2005) – Benefícios para empresas que investem em inovação.

            •          Incentivos estaduais do ICMS – Redução de alíquotas em alguns estados para indústrias e exportadores.

            •          Zona Franca de Manaus e Sudene – Isenções fiscais para empresas que operam nessas regiões.

 

3.3. Recuperação de Créditos Tributários

 

Empresas podem recuperar tributos pagos indevidamente ou utilizar créditos fiscais para reduzir o pagamento de impostos futuros. Exemplos:

            •          PIS e COFINS no regime não cumulativo – Empresas no Lucro Real podem descontar créditos sobre insumos adquiridos.

            •          Compensação de prejuízos fiscais – Empresas no Lucro Real podem abater prejuízos passados na apuração do IRPJ e CSLL.

 

3.4. Desoneração da Folha de Pagamento

 

Alguns setores podem optar pelo pagamento da contribuição previdenciária sobre o faturamento, em vez da folha de pagamento, reduzindo encargos trabalhistas.

 

3.5. Reorganização Societária

 

Empresas podem realizar fusões, cisões ou incorporações para otimizar a carga tributária. Por exemplo, a criação de holdings pode reduzir a tributação sobre distribuição de lucros e dividendos.

 

4. Conclusão

 

A tributação empresarial no Brasil é complexa, e a escolha do regime tributário correto é essencial para evitar custos excessivos. O planejamento tributário e o uso de estratégias lícitas de economia fiscal são fundamentais para a competitividade e sustentabilidade financeira das empresas.

 

Diante da complexidade das normas tributárias, contar com assessoria especializada e manter uma gestão fiscal eficiente são diferenciais estratégicos que garantem conformidade legal e otimização tributária.

 

 

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