Crowdfunding como Alternativa de Financiamento para Startups

14 de nov. de 2018

Sergio Azevedo Gimenes

Sergio Azevedo Gimenes

Sergio Azevedo Gimenes

Crowdfunding como Alternativa de Financiamento para Startups

 


Introdução

 

O acesso a capital é um dos principais desafios enfrentados por startups, que muitas vezes não possuem histórico financeiro para atrair investidores tradicionais ou garantias para obter empréstimos bancários. Nesse contexto, o crowdfunding, ou financiamento coletivo, tem se consolidado como uma alternativa viável para captação de recursos, permitindo que startups obtenham investimentos diretamente do público.

 

O modelo de crowdfunding pode ser estruturado de diferentes formas, desde doações até participações societárias. No Brasil, esse tipo de captação é regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que estabelece normas para garantir a transparência e a segurança dos investidores. Neste artigo, abordaremos as principais modalidades de crowdfunding, a regulamentação aplicável no Brasil e as vantagens e desafios dessa alternativa de financiamento para startups.


1. O Que é Crowdfunding?

 

O crowdfunding é um modelo de financiamento coletivo que permite que diversas pessoas contribuam financeiramente para um projeto, produto ou empresa. Ele ocorre, geralmente, por meio de plataformas digitais que conectam empreendedores a potenciais apoiadores ou investidores.

 

Existem quatro principais modalidades de crowdfunding:

 

1.1. Crowdfunding de Doação

 

Nesse modelo, as pessoas contribuem financeiramente sem esperar qualquer retorno financeiro. É comum em causas sociais, culturais ou ambientais.

1.2. Crowdfunding de Recompensa

 

Os apoiadores recebem uma recompensa não financeira em troca da contribuição, como um produto exclusivo ou um serviço antecipado. Esse modelo é popular para lançamento de produtos inovadores.

 

1.3. Crowdfunding de Empréstimo (Peer-to-Peer Lending)

 

Funciona como um empréstimo coletivo, onde os apoiadores emprestam dinheiro à startup e recebem o valor de volta com juros em um prazo determinado. No Brasil, essa modalidade é regulamentada pelo Banco Central.

1.4. Equity Crowdfunding

 

O equity crowdfunding permite que investidores adquiram uma participação societária na startup em troca do financiamento. Esse modelo é regulamentado pela CVM e tem sido cada vez mais utilizado como alternativa ao investimento tradicional de venture capital.


2. Regulamentação do Crowdfunding no Brasil

A principal norma que regula o equity crowdfunding no Brasil é a Resolução CVM nº 88/2022, que substituiu a antiga Instrução CVM nº 588/2017. Essa norma estabelece regras para startups captarem recursos de investidores por meio de plataformas digitais autorizadas.

 

2.1. Principais Regras da Resolução CVM nº 88/2022

• Limite de Captação: Startups podem captar até R$ 15 milhões por ano por meio de equity crowdfunding.

• Critérios para Startups: Apenas empresas com receita bruta de até R$ 40 milhões no ano anterior podem utilizar essa modalidade de financiamento.

• Plataformas Autorizadas: Apenas plataformas registradas na CVM podem intermediar essas operações.

• Proteção ao Investidor: A CVM impõe regras de transparência e divulgação de informações para reduzir riscos aos investidores.

• Investidores: Qualquer pessoa pode investir, mas há limites para investidores não qualificados, evitando que comprometam uma parcela excessiva do patrimônio.


3. Vantagens do Crowdfunding para Startups

3.1. Acesso Facilitado a Capital

 

O crowdfunding permite que startups obtenham recursos sem necessidade de apresentar garantias ou histórico financeiro sólido, tornando-se uma alternativa viável para empresas em estágio inicial.

 

3.2. Validação de Mercado

 

Campanhas bem-sucedidas de crowdfunding demonstram que há demanda pelo produto ou serviço, servindo como validação de mercado e atraindo investidores institucionais.

 

3.3. Engajamento da Comunidade

 

Ao financiar uma startup, os apoiadores tornam-se promotores naturais da marca, ajudando na divulgação e no crescimento da base de clientes.

 

3.4. Alternativa ao Venture Capital

 

Equity crowdfunding permite que startups captem recursos sem precisar negociar diretamente com fundos de venture capital, evitando a diluição excessiva de participação dos fundadores.


4. Desafios e Riscos do Crowdfunding

4.1. Exigências Regulatórias

 

Equity crowdfunding exige conformidade com a CVM, incluindo divulgação de informações financeiras e relatórios periódicos, o que pode gerar custos e burocracia para a startup.

4.2. Risco de Fracasso na Captação

Se a meta mínima de arrecadação não for atingida, a campanha pode ser encerrada sem sucesso, exigindo que a startup busque outras fontes de financiamento.

4.3. Diluição Societária

No caso de equity crowdfunding, os fundadores precisam ceder participação da empresa aos investidores, o que pode impactar decisões futuras e a governança da startup.

 

4.4. Risco de Reputação

 

Se a startup não cumprir as promessas feitas durante a campanha de crowdfunding, pode sofrer danos à reputação e enfrentar dificuldades para captar novos investimentos no futuro.


5. Comparação com Outras Fontes de Financiamento

Característica

Crowdfunding

Venture Capital

Empréstimo Bancário

Necessidade de Garantias

Não

Não

Sim

Diluição Societária

Apenas no equity crowdfunding

Sim

Não

Burocracia

Moderada

Alta

Alta

Engajamento do Público

Alto

Baixo

Baixo

Possibilidade de Validação de Mercado

Sim

Parcialmente

Não

 


Conclusão

 

O crowdfunding tem se consolidado como uma alternativa promissora para startups que precisam de capital para crescer. Especialmente no modelo de equity crowdfunding, a regulamentação da CVM trouxe mais segurança para investidores e empreendedores, permitindo a captação de até R$ 15 milhões por ano.

 

Apesar das vantagens, startups precisam avaliar os desafios, como a necessidade de conformidade regulatória, o risco de fracasso na arrecadação e a possível diluição societária. Dessa forma, o crowdfunding deve ser analisado estrategicamente, levando em conta o estágio da empresa, seu modelo de negócios e a compatibilidade com outras formas de financiamento.

 

Para startups que buscam validação de mercado e engajamento do público, o crowdfunding pode ser uma excelente escolha, combinando financiamento e marketing em um único processo.

 

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