Startups e a Lei do Simples Nacional: Vantagens e Desvantagens

9 de jan. de 2025

  Sergio Azevedo Gimenes

  Sergio Azevedo Gimenes

  Sergio Azevedo Gimenes

Startups e a Lei do Simples Nacional: Vantagens e Desvantagens

 

 

Introdução

 

O Brasil possui um ambiente desafiador para o empreendedorismo, especialmente para startups, que precisam equilibrar inovação, burocracia e carga tributária. Uma das alternativas para empresas de pequeno porte reduzirem seus encargos fiscais é o Simples Nacional, um regime tributário simplificado criado pela Lei Complementar nº 123/2006.

 

Neste artigo, analisaremos as vantagens e desvantagens do Simples Nacional para startups, considerando os aspectos fiscais, financeiros e regulatórios.


1. O Que é o Simples Nacional?

 

O Simples Nacional é um regime tributário voltado para microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP), que faturam até R$ 4,8 milhões anuais. Seu principal atrativo é a unificação de tributos federais, estaduais e municipais em uma única guia de pagamento (DAS – Documento de Arrecadação do Simples Nacional), reduzindo a burocracia e facilitando a gestão tributária.

 

Os tributos incluídos no Simples Nacional são:

• Federais: IRPJ, CSLL, PIS, Cofins, IPI

• Estaduais: ICMS

• Municipais: ISS

• Previdenciário: INSS Patronal (exceto para algumas atividades)


2. Vantagens do Simples Nacional para Startups

 

2.1. Redução da Carga Tributária

 

Para startups que atuam em atividades contempladas no Anexo III ou Anexo V do Simples Nacional, a carga tributária pode ser menor do que no Lucro Presumido ou Lucro Real. Isso é especialmente vantajoso para startups de tecnologia, que geralmente prestam serviços e podem ser tributadas a partir de 6% sobre a receita bruta (conforme o fator “r” da folha de pagamento).

 

2.2. Facilidade no Pagamento de Tributos

 

A simplificação do pagamento de impostos é um grande benefício. Em vez de lidar com diferentes guias e prazos de tributos municipais, estaduais e federais, a startup paga apenas uma guia (DAS), reduzindo erros e custos administrativos.

 

2.3. Carga Previdenciária Reduzida

 

Diferente de empresas que pagam o INSS Patronal de 20% sobre a folha salarial, startups no Simples Nacional (exceto algumas categorias) já têm esse tributo embutido na alíquota do regime, o que pode representar economia significativa.

 

2.4. Menos Obrigações Acessórias

 

Empresas no Simples Nacional têm menos obrigações contábeis e fiscais do que no Lucro Presumido ou Lucro Real. Isso reduz a necessidade de uma equipe contábil robusta e permite que a startup foque na inovação e no crescimento.

 

2.5. Acesso a Licitações e Investimentos Públicos

 

Startups no Simples Nacional podem participar de licitações públicas, tendo tratamento diferenciado conforme previsto na Lei Complementar nº 123/2006. Além disso, podem acessar linhas de crédito especiais para micro e pequenas empresas.


3. Desvantagens do Simples Nacional para Startups

 

3.1. Limite de Faturamento

 

O teto de R$ 4,8 milhões por ano pode ser um entrave para startups que crescem rapidamente. Caso a receita ultrapasse esse valor, a empresa será desenquadrada do Simples Nacional e precisará migrar para outro regime tributário, o que pode aumentar significativamente sua carga fiscal.

 

3.2. Restrição de Atividades

 

Nem todas as startups podem optar pelo Simples Nacional. Algumas atividades, como desenvolvimento de software sob encomenda e certas consultorias especializadas, podem ser excluídas do regime. É essencial verificar se o CNAE da startup é permitido.

 

3.3. Tributação Pode Ser Elevada para Algumas Startups

 

Embora o Simples Nacional ofereça alíquotas reduzidas para determinados serviços, startups que atuam no Anexo V (como consultorias tecnológicas) podem pagar alíquotas iniciais de 15,5% ou mais, tornando o regime menos vantajoso do que o Lucro Presumido em alguns casos.

 

3.4. Restrição ao Uso de Créditos de ICMS e PIS/Cofins

 

Empresas no Simples Nacional não podem aproveitar créditos de ICMS e PIS/Cofins, o que pode ser desvantajoso para startups que compram insumos e prestam serviços para empresas que operam no Lucro Real. Isso pode tornar a startup menos competitiva no mercado B2B.

 

3.5. Desvantagens na Captação de Investimentos

 

Startups que captam investimentos de fundos de venture capital podem enfrentar restrições no Simples Nacional. Isso ocorre porque a entrada de investidores pode alterar a estrutura societária, o que pode levar ao desenquadramento do regime. Além disso, investidores geralmente preferem empresas no Lucro Presumido ou Lucro Real, pois esses regimes facilitam a distribuição de lucros e estruturação fiscal.


4. Comparação com Outros Regimes Tributários

Característica

Simples Nacional

Lucro Presumido

Lucro Real

Limite de Receita

Até R$ 4,8 milhões/ano

Até R$ 78 milhões/ano

Sem limite

Forma de Tributação

Percentual sobre a receita bruta

Percentual sobre a receita bruta

Sobre o lucro líquido

Carga Tributária

Pode ser reduzida para algumas startups

Moderada, mas pode ser menor que o Simples

Maior, mas com aproveitamento de créditos fiscais

Obrigações Acessórias

Reduzidas

Moderadas

Elevadas

Uso de Créditos de ICMS e PIS/Cofins

Não permitido

Permitido parcialmente

Permitido integralmente

Atração para Investidores

Menor

Moderada

Maior

 


Conclusão

 

O Simples Nacional pode ser uma boa alternativa para startups em estágio inicial, que ainda não possuem faturamento elevado e buscam reduzir a carga tributária e a burocracia. No entanto, à medida que a startup cresce e capta investimentos, pode ser necessário migrar para outro regime tributário mais adequado.

 

Antes de optar pelo Simples Nacional, é essencial avaliar o modelo de negócios da startup, o CNAE permitido, o potencial de crescimento e as estratégias de captação de investimentos. O suporte de um contador especializado pode ajudar a escolher o melhor regime tributário para cada fase da empresa, garantindo economia e conformidade fiscal.

 

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