Os Impactos da LGPD para Pequenos Empreendedores

18 de ago. de 2022

Sergio Azevedo Gimenes

Sergio Azevedo Gimenes

Sergio Azevedo Gimenes

Os Impactos da LGPD para Pequenos Empreendedores

 

 

Introdução

 

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei nº 13.709/2018) entrou em vigor para regulamentar o tratamento de dados pessoais no Brasil. Inspirada no Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR), a LGPD impõe obrigações às empresas, independentemente do seu porte, sempre que realizam o tratamento de dados pessoais de clientes, fornecedores ou colaboradores.

 

Pequenos empreendedores e startups, muitas vezes, não possuem a estrutura de grandes corporações para gerenciar a adequação à LGPD. No entanto, o não cumprimento da legislação pode resultar em multas, sanções e danos à reputação da empresa.

 

Este artigo abordará os principais impactos da LGPD para pequenos empreendedores e como eles podem se adequar à legislação para evitar penalidades e melhorar a relação com seus clientes.


1. O Que é a LGPD e Por Que Ela é Importante?

 

A LGPD estabelece regras para o uso, coleta, armazenamento e compartilhamento de dados pessoais, com o objetivo de proteger a privacidade dos indivíduos e garantir transparência no uso dessas informações.

 

A lei se aplica a qualquer empresa que trate dados pessoais no Brasil, independentemente do porte ou faturamento. Isso significa que mesmo microempresas, MEIs e startups precisam seguir as diretrizes da LGPD.

 

Além de evitar sanções, a adequação à LGPD pode trazer benefícios estratégicos, como:

• Maior confiança dos clientes.

• Redução de riscos jurídicos.

• Melhor reputação no mercado.

• Facilitação de parcerias com grandes empresas, que exigem conformidade com a LGPD.


2. Como a LGPD Impacta Pequenos Empreendedores?

 

2.1. Necessidade de Consentimento para Uso de Dados

 

A LGPD exige que o titular do dado (cliente, fornecedor, funcionário, etc.) autorize expressamente o uso de suas informações pessoais. Pequenos empreendedores que coletam dados por meio de cadastros, sites ou redes sociais precisam garantir que o cliente:

• Saiba exatamente quais dados estão sendo coletados.

• Seja informado sobre a finalidade do uso dos dados.

• Tenha a opção de cancelar ou revogar o consentimento a qualquer momento.

 

Isso significa que práticas comuns, como envio de e-mails promocionais sem autorização, podem ser consideradas ilegais.


2.2. Responsabilidade Pelo Armazenamento e Proteção de Dados

 

A lei obriga as empresas a garantir segurança e confidencialidade no armazenamento dos dados. Pequenos negócios devem adotar medidas de segurança, como:

• Armazenamento de informações em plataformas seguras.

• Uso de senhas fortes e autenticação de dois fatores.

• Restrição de acesso aos dados apenas a pessoas autorizadas.

 

Caso ocorra um vazamento de dados, a empresa pode ser responsabilizada e precisar comunicar os clientes afetados.


2.3. Direitos do Titular dos Dados

 

A LGPD concede aos consumidores o direito de:

• Acessar seus dados pessoais.

• Corrigir informações desatualizadas ou erradas.

• Solicitar a exclusão dos dados (direito ao esquecimento).

• Revogar o consentimento para o uso dos dados.

 

Empresas precisam criar canais para atender a essas solicitações de forma rápida e eficiente.


2.4. Possíveis Sanções e Multas

 

O não cumprimento da LGPD pode resultar em multas de até 2% do faturamento da empresa, limitadas a R$ 50 milhões por infração. Além disso, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pode aplicar sanções como:

• Advertências.

• Bloqueio ou eliminação dos dados coletados irregularmente.

• Suspensão parcial do funcionamento do banco de dados da empresa.

 

Mesmo que a fiscalização seja mais rigorosa para grandes empresas, pequenas empresas podem ser denunciadas por clientes insatisfeitos e sofrer penalidades.


3. Como Pequenos Empreendedores Podem se Adequar à LGPD?

 

3.1. Mapear o Uso de Dados

 

O primeiro passo é identificar quais dados são coletados, para que são usados e onde estão armazenados. Para isso, o empreendedor pode responder às seguintes perguntas:

• Quais informações dos clientes eu armazeno? (Exemplo: nome, telefone, e-mail, CPF)

• Onde esses dados estão guardados? (Planilhas, sistemas na nuvem, bancos de dados internos)

• Quem tem acesso a essas informações? (Equipe de vendas, marketing, administração)

• Para qual finalidade os dados são utilizados? (Marketing, análise de clientes, emissão de notas fiscais)

 

Com essas respostas, é possível definir estratégias para minimizar riscos e garantir o uso correto dos dados.


3.2. Criar Políticas de Privacidade

 

Toda empresa deve ter uma Política de Privacidade, explicando de forma clara e acessível como os dados dos clientes são tratados. Essa política deve estar disponível no site da empresa ou ser informada aos clientes no momento da coleta dos dados.

 

Elementos essenciais de uma Política de Privacidade:

• Quais dados são coletados.

• Para que finalidade os dados serão usados.

• Com quem os dados podem ser compartilhados.

• Como os clientes podem solicitar a exclusão de seus dados.


3.3. Implementar Medidas de Segurança da Informação

 

Para evitar vazamentos e acessos não autorizados, é fundamental que pequenos negócios adotem medidas básicas de segurança da informação, como:

• Senhas fortes: Uso de combinações seguras e troca periódica de senhas.

• Criptografia de dados: Proteção das informações armazenadas.

• Acesso restrito: Limitação do acesso aos dados apenas a funcionários essenciais.

• Backup regular: Cópia de segurança das informações para evitar perdas acidentais.


3.4. Obter Consentimento dos Clientes

 

Empresas que coletam dados para e-mail marketing, programas de fidelidade ou formulários de contato precisam garantir que os clientes autorizem expressamente o uso de seus dados. Isso pode ser feito por meio de:

• Checkboxes de consentimento em formulários online.

• Termos de uso claros e objetivos.

• E-mails de confirmação de consentimento.

 

Além disso, é importante dar ao cliente a opção de revogar o consentimento a qualquer momento, facilitando o cancelamento do uso de seus dados.


3.5. Treinar a Equipe

 

Funcionários que lidam com dados pessoais devem ser treinados para:

• Entender a LGPD e suas implicações.

• Manter sigilo e segurança das informações.

• Atender corretamente às solicitações dos clientes sobre dados pessoais.

 

Investir em capacitação evita erros e descuidos que podem resultar em sanções.


Conclusão

 

A LGPD trouxe desafios, mas também oportunidades para pequenos empreendedores que desejam construir uma relação mais transparente e segura com seus clientes. Empresas que adotam boas práticas de proteção de dados reduzem riscos jurídicos e fortalecem sua credibilidade no mercado.

 

Com ações simples, como mapear dados, criar políticas de privacidade e reforçar a segurança da informação, pequenos negócios podem se adequar à legislação e evitar problemas com a fiscalização.

 

Estar em conformidade com a LGPD não é apenas uma obrigação legal, mas também uma vantagem competitiva para empresas que valorizam privacidade, confiança e segurança digital.

 

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